Economia da Informação

Associações querem banda larga como serviço público essencial

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 23 de maio de 2010

De ComputerWorld

[…]Organizações de sociedade civil enviaram ao governo federal uma carta na qual fazem reivindicações a respeito da universalização da banda larga no País.

Assinado por uma série de organizações, dentre elas a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (IDEC), a Associação Brasileira de Defesa ao Consumidor (PROTESTE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o documento se posiciona a favor do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – inclusive pela recuperação da Telebrás – por considerá-lo um instrumento importante para disseminar a internet rápida. Mas o texto também serviu para argumentar que o plano é insuficiente.

O principal ponto defendido pelas entidades é que a banda larga seja considerada juridicamente como um serviço de caráter público essencial. “O Plano deve se basear na seguintes diretrizes: considerar o acesso à internet banda larga como um direito fundamental e um serviço público, a ser garantido pelo Estado e prestado em regime público, por empresas públicas e privadas”, diz o documento. Assim, a prestação desse serviço deveria seguir normas de regulamentação mais rígidas.[…]

É notável essa preocupação dessas associações com o Plano Nacional de Banda Larga, mas para quem vê a Telebrás saindo do sarcófago e aparelhando o estado com o funcionalismo público moroso e improdutivo é uma afronta; essas associações deveriam preocupar-se mais com a democratização do emprego, da saúde e de outros aspectos ao invés de endossar esse tipo de iniciativa.

Tagged with: ,

Regulamentação Estatal x Parcimônia Corporativa

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 12 de abril de 2010

Um artigo do colunista da InfoWorld USA Robert X. Cringely chamado “Monopólio da Banda Larga 1 x Neutralidade da Rede 0” provoca uma reflexão importantíssima no contexto nacional quando falamos de plano nacional de banda larga.

De início, qualquer investimento governamental nesse sentido sem que os problemas recorrentes da sociedade brasileira como saneamento básico, segurança, saúde, educação, moradia e transporte; é puro oportunismo eleitoral e gasto supérfluo de recursos públicos. Mas isso não vem ao caso no momento, mas fica a ressalva quanto ao posicionamento desde site diante desta questão.

Na economia digital, assim como na economia de mercado de bens e serviços, existe a plena necessidade de se haver monopólios estratégicos governamentais para se garantir uma qualidade mínima de serviço, e dispositivos de cobrança por parte da população.

É um assunto muito amplo, que daria uma série de posts e ainda sim não cessaria o assunto em tela, então falaremos um pouco da pertinência desse tipo de monopólio, e porque o mesmo deve ser regulado.

Traduzindo para a economia tradicional, imagine ao invés de uma rede de distribuição de banda larga e internet – partindo do princípio da essencialidade da rede como necessidade básica da população (sic.) – um exemplo com a rede de distribuição de água.

Imagine uma rede de distribuição de água que não fosse regulamentada pelo o governo, onde, a livre iniciativa – neste caso garantida pela a Carta Magna de 1988 – desse a liberdade a qualquer cidadão a possibilidade de investir no mercado de água encanada.

Pois bem; partindo dessa perspectiva, imagine acordar em uma bela manhã de domingo, com barulho de britadeiras, escavadeiras, caminhões de entulho tudo isso bem em frente à sua residência. Saindo de casa ao andar você se vê em uma cidade onde a cada 50 metros houvesse diversas obras no meio das principais avenidas da cidade para construção de rede de distribuição de água privada – isso vai de confronto a outros tipos de monopólios estratégicos governamentais, mas fica o exemplo somente a título de analogia para facilitar da reflexão – e que, além disso, dependendo da localização de sua residência, você estivesse diante de limitação de opções para a escolha da sua rede de acordo com a sua expansão tanto para o provimento do serviço quanto à qualidade da água propriamente dita em aspectos como turbidez, nível de cloro, coliformes, nível de pH, cor e flúor.

Esse cenário hipotético descrito acima, mostra a importância dos monopólios estratégicos governamentais nos serviços básicos da economia; e a internet, como bem essencial á médio prazo, deve ser regulamentada aos moldes dos monopólios estratégicos como água, luz, telefonia, força policial, transportes, estradas, gás, petróleo, portos entre outros; pois, ao mesmo tempo em que o governo não pode ficar sem os dispositivos de controle e regulamentação sobre a iniciativa privada, punindo em caso de transgressões e em casos mais extremos cassando suas respectivas licenças e alvarás de funcionamento, o cidadão não pode ficar a mercê das corporações no que tange os seus direitos e necessidades básicas.

O que fica é que se deve tomar muito cuidado em endossar-se movimentos de desregulamentação estatal, em especial em serviços pertinentes à concessão de serviços de internet, pois, os sistemas legislativo e  judiciário tanto nas esferas municipal, estadual e federal não estão preparados para legislar e julgar sobre algo tão recente e dinâmico quanto à estrutura e provimento de serviços de internet.

PARA LER:

CRINGELY, Robert X. Monopólio da Banda Larga 1 x Neutralidade da Rede 0. IDG Now Website. Disponível em << http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/04/12/monopolio-da-banda-larga-1-x-neutralidade-da-rede-0/paginador/pagina_4 >> Acessado em 12 Abr 10 às 09h30.

IDG Service. Plano de banda larga nos EUA custará US$ 15,5 bilhões. IDG Now Website. Disponível em << http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/03/16/plano-de-banda-larga-nos-eua-custara-us-15-5-bilhoes/ >> Acessado em 12 Abr 10 às 09h55.

PC World. FCC: agenda para banda larga e neutralidade da rede está mantida. IDG Now Website. Disponível em <<  http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/04/10/fcc-agenda-para-banda-larga-e-neutralidade-da-rede-esta-mantida/ >> Acessado em 12 Abr 10 às 09h37.

SABESP. Análises são feitas desde a captação aos pontos de consumo. Sabesp Website. Disponível em <<  http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=4&proj=sabesp&pub=T&db=&docid=BADC6A6AA69D8891832571AE005BE7E1 >> Acessado em 12 Abr 10 às 09h40.

E-Government

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 1 de abril de 2010

No blog do Professor Silvio Meira tem um artigo que assimila bem o poder da Economia da Informação quando estudada e empregada no contexto governamental apresentando o caso a renovação da carteira de habilitação no Reino Unido e no Brasil.

Além do texto, tem-se a discussão na Rádio CBN onde ele conta esta experiência.

Blog Dia a Dia… Bit a Bit – Silvio Meira: A carteira de motorista e a informatização do Caos

Rádio CBN – Bits da Noite – A informatização do CAOS.

10 anos depois da Bolha da NASDAQ: Qual bolha estamos inflando?

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 1 de abril de 2010

No dia 10 de março fez 10 anos em que a NASDAQ alcançou 5,132 pontos; fato esse que foi o auge da cotação das empresas ponto.com. Só para se ter uma idéia da diferença, no mesmo 10 de março de 2010 o índice fechou em 2,352 pontos.

O que aconteceu posteriormente é de conhecimento público, mas ficam lições importantes de que como os princípios econômicos sempre se sobressaem a histeria tecnológica, esta última tão alardeada por entusiastas de tecnologia, que definem gadgets como tecnologia.

A histeria de 10 anos atrás, se transfere nos dias de hoje na esperança e fé (dogma tecnológico) de que gadgets vão matar os livros, os professores, as universidades, o trânsito, e as relações humanas.

A bolha existe, mas não é financeiro-tecnológica, e sim tecnológico-humana; onde promessas baseadas em um marketing semi-messiânico (Vide iPad, e Twitter) colocam as mais diferentes relações – sejam elas humanas, econômicas, estudantis, relacionais e sociais – como mero atrito social que impedem o desenvolvimento do progresso humano.

A Economia da Informação não trata apenas do que tange a tecnologia e os preceitos econômicos na era da informação, ou da economia de rede; mas, além disso, trata de questões humanas onde o objetivo é equilíbrio econômico através da disponibilidade da informação como um bem, na qual esta, quando é dividida simultaneamente se multiplica nos mais diferentes segmentos seja no aspecto educacional, produtivo, e comercial; no qual não há espaço para especulação, seja a financeira que mina o processo comercial e produtivo; seja a especulação sobre os rumos do desenvolvimento humano que mente ao retirar a humanização das relações sobre um véu de uma informatização supérflua.

10 de março de 2000 não retrata apenas o auge da especulação financeira sobre a tecnologia, mas sim convida-nos a realizar uma reflexão de que tipo de sociedade estamos construindo, em especial no sentido humano-técnológico de nossas relações econômicas, comerciais, produtivas e humanas; para não criarmos outra bolha; mas esta agora do desenvolvimento humano.

PARA LER

STEFFENS, Flavio. 10 anos da bolha da Internet. Site AgileWay. Disponível em << http://www.agileway.com.br/2010/03/25/10-anos-da-bolha-da-internet/#more-765 >> Acessado em 01 Abr 10 às 12h15.

LECKART, Steven; HONAN, Mathew. 10 Years After: A Look Back at the Dotcom Boom and Bust. Wired Website. Disponível em << http://www.wired.com/magazine/2010/02/10yearsafter/all/1 >> Acessado em 01 Abr 10 às 06h27.

CRUM, Rex. TECH STOCKS: Tech Stocks Rise On Internet Bubble Anniversary. NASDAQ Website. Disponível em << http://www.nasdaq.com/aspx/stock-market-news-story.aspx?storyid=201003101032dowjonesdjonline000451&title=tech-stockstech-stocks-rise-on-internet-bubble-anniversary >> Acessado em 01 Abr 10 às 06h27.

PEREZ, Carlota. Technological Revolutions, and Financial Capital: The Dynamics of Bubbles and Golden Ages. Edward Elgar, Cheltenham, United Kingdom, 2002.

Entrevista: o paradoxo da produção de cinema digital no Brasil

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 27 de março de 2010

Extraído de IDG Now

Em entrevista ao IDG Now José Augusto De Blasiis que trabalha no setor de produção cinematográfica a 27 ano coloca um adendo em relação à produção de cinema digital.

Na entrevista fica clara as dificuldades para tocar um projeto, especialmente sem financiamento; onde prova mais uma vez que não há almoço grátis quando falamos de produção de conteúdo intelectual, seja ele um curta-metragem de baixo custo  – ao melhor estilo filme trash vide PEPA Filmes – ou um longa em que envolve custos com casting, produção, efeitos cinematográficos, entre outros.

Uma observação, é que os verdadeiros produtores de conteúdo têm um discurso muito menos combativo do que os defensores da ‘liberdade’ dos direitos autorais. Isso deve ser a fato de que eles estão mais preocupados em construir conteúdo do que brigar para compartilhar o que é dos outros.

Um trecho da reportagem do IDG Now:

O que significa fazer cinema digital hoje no Brasil?
Exatamente a atuação em três áreas: captação, pós-produção e exibição. Vivemos em um processo de transformação, e o mais consolidado até agora é a pós-produção.

Qual a principal diferença entre o processo de produção digital e o de película?
Não existe diferença. Os cuidados da produção são exatamente os mesmos. Com o digital, é necessário tomar algumas precauções em relação à textura dos cenários, maquiagem dos atores e imagem estourada, entre outros fatores. A chance de tudo virar “fake” nesse tipo de produção é maior.

Quais as vantagens e as desvantagens do sistema digital no cinema?
Para uma produção pequena ou média, o custo dos equipamentos e a acessibilidade em relação ao material são melhores. Mas vivemos em um período de cinema de edital. O projeto deve ter viabilidade econômica, e isso só se consegue hoje com grandes produtos e casting global.

É impossível comparar os projetos sem classificá-los em formato, tema etc. Isso é o que acontece no Brasil. Produções pequenas são desfavorecidas.

O cinema digital facilita a entrada de mais cineastas no mercado?
Sem dúvida alguma. Primeiro vem a vontade de fazer e a capacidade de vislumbrar a produção. Com a chegada do vídeo, os cineastas tiraram da cabeça aquela ideia de que só se é profissional quando se filma em película. Com a possibilidade dos filmes digitais, a produção aumentou muito.

Era da Informação, Era do Conhecimento, ou ambos?

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 21 de março de 2010

Em um artigo de Fábio Gandour publicado na revista Época, trata de um tema bastante atual que é a cerca da Era da Informação e Conhecimento, mas especificamente quando o assunto é alta tecnologia; quando nos vemos um corpo técnico que tem deficiências claras em expressão de idéias a partir da observação, e que somente a partir da instrumentação da observação e da educação esse panorama poderá ser modificado.

Um pequeno trecho do artigo:

“[…]Não há que se discutir muito quanto à necessidade de pós-graduados e de instrumentos adequados para a criação de uma massa crítica bem equipada de operários em alta tecnologia. Mas em tecnologia em geral – alta, baixa ou mais ou menos – há outra necessidade mais simples, corriqueira até, e que, de fato, ainda não foi suprida totalmente. Nem mesmo parcialmente. Me refiro ao que, em inglês, é conhecido como Technical Writing e que a tradução para o português é, na minha opinião, tão literal quanto imperfeita: “Redação Técnica”. E já que vamos mexer nesse vespeiro, melhor começar ajustando essa tradução.

O que se conhece por Technical Writing é uma disciplina escolar que, em certos países desenvolvidos e com reconhecida tradição em produzir e usar alta tecnologia, começa a ser ensinada muito cedo. Nos Estados Unidos, essa matéria é parte do currículo do Ensino Médio, lá conhecido como High School. E, de fato, a matéria não ensina apenas a escrever coisas técnicas. Ela ensina expressão técnica, oral e escrita. Ao adquirir conhecimentos para se comunicar adequadamente no campo técnico, o aluno vai aprender a escrever o relatório que descreve aquele experimento bem simples, do grão de feijão germinando no algodãozinho molhado.[…]”

PARA LER

GANDOUR, Fábio. Para ser entendido em tecnologia. Época. Disponível em <<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI126343-15224,00.html >> Acessado em 21 Mar 10 às 11h06.

Retaliação ou tiro no pé?

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 17 de março de 2010

Muito vem sido falado nos últimos dias, sobre a autorização da Câmera de Comércio Exterior (CAMEX) de retaliação do Brasil frente aos Estados Unidos no que diz respeito ao julgamento que o último estaria realizando práticas protecionistas no setor de algodão.

 Dentro do que tange o mérito da questão nada mais justo, pois, o protecionismo é uma prática abominável no comercio que fortalece apenas interesses políticos, que não tem qualquer tipo de compromisso com o desenvolvimento.

Porém, o Brasil está a um passo de dar um tiro no próprio pé ao levantar a questão de suspensão de patentes, e quebra da propriedade intelectual, colocando nesse meio desde fórmulas farmacêuticas até passando por filmes.

É um terreno pantanoso, pois, no cenário do comércio internacional, é que se travam as piores guerras, e em uma guerra contra os Estados Unidos o Brasil só tem a perder adotando a prática de quebra de propriedade intelectual pelos os seguintes motivos:

• Quebra de patentes significa produtos baseados no conhecimento (ou transferência do mesmo) mais caros;

• Empresas que investem em capital intelectual ou estrutural pensarão duas vezes antes de adentrar um país que não respeita propriedade intelectual;

• Após a época de suspensão os produtos dos Estados Unidos podem sofrer uma grande inflação como forma de compensação;

• Em um caso mais microeconômico, estamos com filmes blockbusters com lançamentos simultâneos com os mundiais a cerca de 7 anos; e isso poderia ser perdido se as produtoras não fizessem questão de lançar; em outras palavras, a saga Crepúsculo teria um delay de mais de meses;

• Utilizando como último exemplo os jogos de PC e/ou videogames, que levariam séculos para adentrar o mercado nacional. Tradução em português? Muito difícil.

PARA LER

AGÊNCIA ESTADO. Retaliação à propriedade intelectual é criticada nos EUA. Disponível em  << http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI127124-16367,00-RETALIACAO%20A%20PROPRIEDADE%20INTELECTUAL%20E%20CRITICADA%20NOS%20EUA.html  >>Acessado em 17 Mar 10 às 11h38.

DORIA, Tiago. Impostos altos atrapalham mercado de games no Brasil. Disponível em << http://www.tiagodoria.ig.com.br/2010/01/25/impostos-altos-atrapalham-mercado-de-games-no-brasil/  >> Acessado em 25 Jan 10 às 22h40.

PORTNOW, James. Analysis: Inside Brazil’s Video Game Ecosystem. Disponível em << http://www.gamasutra.com/php-bin/news_index.php?story=26645 >> Acessado em 30 Jan 10 às 14h18.

VERISSÍMO, Renata. Lista de retaliação inclui remédios. Estado de São Paulo. Disponível em << http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100316/not_imp524765,0.php >> Acessado em 17 Mar 10 às 10h49

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Camex inicia consulta pública para retaliação aos EUA em propriedade intelectual. Disponível em << http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=1&noticia=9655  >> Acessado em 17 Mar 10 às 11h58

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Comunicado MRE-Camex sobre a retaliação aos EUA na área de direitos de propriedade intelectual. Disponível em << http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=1&noticia=9657   >> Acessado em 17 Mar 10 às 11h47

WORLD TRADE ORGANIZATION. DISPUTE SETTLEMENT: DISPUTE DS267 , United States — Subsidies on Upland Cotton. Disponível em << http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds267_e.htm    >> Acessado em 17 Mar 10 às 12h02.

 

Post Subscriptum: E o Steve Jobs recusou a abertura de uma loja oficial da Apple no Brasil. Alguém sabe o motivo?

 

Inteligência de Negócios Utilizando Economia da Informação

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 6 de março de 2010

Em um artigo do colunista do site Baquete Idival Júnior, chamado “Videolocadoras do Século XX“, mostra que utilizando um simples  caso de uma locadora, a importância das informações em relação ao negócio como uma espécie de inteligência – mesmo em um ambiente microeconômico local – que pode ser usada como diferencial competitivo; ou até mesmo como fator de sobrevivência do setor de videolocação, que cada vez mais vão vender serviços como em uma espécie de Sommelier cinematográfico.

Marco Regulatório da Internet

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 27 de fevereiro de 2010

Uma discussão muito interessante levantada pelo o Olhar Digital é a criação do Marco Civil da Internet que tem por finalidade definir responsabilidades e atribuições no ambiente de Internet no Brasil que ao longo dos últimos cinco anos vem sendo marcado por controversas decisões judiciais – estas feitas em grande parte por juízes e desembargadores que desconhecem as peculiaridades e particularidades da Cybercultura e Economia Digital- que expõe o grande despreparo jurídico-legislativo para lidar com questões da Internet. O texto do Marco Regulatório está em fase de discussão e pode receber contribuições da população através do site Cultura Digital. Sem sombra de dúvidas essa lei a ser discutida e implantada pode finalmente inserir os nossos legisladores e o nosso sistema jurídico no século XXI, além de prover para a população seus direitos e deveres bem como no aspecto jurídico haver uma razoabilidade na aplicação das leis no ambiente da Internet.

Entrevista: Carlota Pérez

Posted in Sem categoria by Flávio Clésio on 18 de janeiro de 2010

Em uma entrevista da revista Veja, Carlota Perez uma das maiores autoridades em Economia da Informação faz uma análise do momento passado no ano de 2009, e fala sobre desenvolvimento econômico.

Extraído Originalmente de VEJA.Online.

Por Diogo Schelp.

“Depois da recessão virá um período de bonança, com o capital produtivo dirigindo os investimentos”

Economistas com visão histórica e capazes de fazer análises consistentes de longo prazo parecem ser uma espécie em extinção. A esse grupo pertence a venezuelana Carlota Pérez, de 70 anos, professora da Universidade Cambridge, na Inglaterra. Seu Revoluções Tecnológicas e Capital Financeiro, de 2002, adquiriu a dimensão de clássico ao colocar o atual momento econômico no contexto das grandes reviravoltas no campo da técnica que ocorrem a cada cinquenta anos, em média. Para Carlota, estamos em plena era da informação, iniciada em 1971 com a produção em série dos chips de computador e sua quase universalização nas três décadas subsequentes, que ela chama de “fase de instalação”. Na etapa seguinte, que o mundo começa a viver em breve e pode durar de vinte a trinta anos, as novas tecnologias vão, enfim, produzir o grande salto na qualidade de vida da maioria da população mundial. A esse período Carlota dá o nome de “fase de desdobramento”. A crise atual seria, para ela, apenas uma transição dolorosa entre essas duas fases. De seu escritório em Cambridge, ela deu a seguinte entrevista a VEJA.

A crise atual não assusta tanto?
A economia de mercado é naturalmente instável. Quando está no auge, peca pelos excessos; quando está em baixa, autocorrige-se. No entanto, esta crise, em conjunto com o estouro da bolha da internet em 2000, é de uma natureza distinta. Estamos presenciando hoje um colapso de envergadura muito maior que a usual. O atual fenômeno equivale ao pânico provocado pelos investimentos em massa nas estradas de ferro, em meados do século XIX, na Inglaterra, ou à quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Colapsos como esses só ocorrem a cada meio século, no meio do caminho de grandes revoluções tecnológicas.

Qual é a relação entre o recente colapso financeiro e o estouro da bolha da internet, no início da década?
O colapso atual representa a continuação da queda da Nasdaq, a bolsa eletrônica de Nova York, mas com outro foco. A bolha da internet baseava-se na inovação tecnológica; a que estourou agora, na inovação financeira. Enquanto o inchaço financeiro foi induzido pela existência de crédito abundante e fácil, o da internet atraía investimentos pela fé no poder das novas tecnologias de proporcionar lucros extraordinários. Em 1929, tudo entrou em colapso ao mesmo tempo. Desta vez, isso aconteceu em dois capítulos. Eu esperava que, depois do estouro da bolha da internet, viessem a regulação financeira e as políticas a favor da expansão produtiva. No meu livro, de 2002, eu já expressava grande preocupação com a continuidade do cassino financeiro. Mas as autoridades não prestaram a mesma atenção.

O que virá depois da atual crise?
Provavelmente um período de bonança, em que o estado voltará a ser um ator mais presente na economia e o capital produtivo vai direcionar os investimentos, tomando o lugar do capital financeiro, como até pouco tempo atrás. Antes de chegar a essa fase, é claro, será preciso superar a recessão que sempre sucede aos desastres.

Quanto tempo pode durar a recessão mundial?
Tudo depende da interpretação que os governos dos países mais ricos darão à natureza dessa crise. Se eles acreditarem que se trata apenas de um problema de falta de confiança do mercado financeiro, vão se empenhar em aplicar políticas superficiais e injetar dinheiro no sistema, para reavivar os mercados de valores e imobiliário. Nesse caso, há duas opções: ou a recessão vai ser muito longa ou surgirá uma nova bolha seguida de um colapso ainda maior. A história mostra que um período recessivo pode durar apenas dois anos, como ocorreu em meados do século XIX, ou quinze anos, como no caso de 1929.

Que políticas parecem mais adequadas neste momento?
Para começar, é preciso reconhecer que não se trata de regressar ao estágio em que estávamos antes do colapso, e sim de dar um passo adiante. Os governos terão de criar um mecanismo regulatório global para as finanças. Dentro dos países, deve-se reformular o mercado financeiro por meio de um conjunto de políticas fiscais e de controle. Os gastos públicos devem ser direcionados para favorecer os investimentos produtivos e inovadores. Os maiores lucros dos investidores têm de passar a vir da produção real. Os lucros fáceis com especulação devem ser contidos com impostos mais altos. Deve-se deixar para trás a máxima “Não trabalhe por dinheiro, deixe que o dinheiro trabalhe para você”. Será preciso criar mais e melhores empregos que produzam e distribuam a riqueza segundo outro critério: o esforço empreendedor e de trabalho. O mundo financeiro terá de ser reorientado para criar formas de investir no setor produtivo. O essencial é favorecer a expansão e a inovação na produção.

As bolhas são evitáveis ou são males necessários?
A legitimidade do capitalismo está em fazer da busca pelo enriquecimento individual um benefício para toda a sociedade. Nas bolhas, isso se perde e ocorre uma forte concentração da renda. Os períodos de bonança tendem a reverter esse processo, e por isso mesmo costumam ser chamados de “eras de ouro”. Mas as bolhas têm o mérito de construir infraestruturas que ampliam os mercados a custo muito baixo e estabelecem novos paradigmas tecnológicos. Esse período de instalação permite modernizar a indústria e colocá-la em condições de inovar e crescer ainda mais velozmente.

De que forma isso ocorreu nas revoluções tecnológicas do passado?
Quando se fala da Revolução Industrial do fim do século XVIII, na Inglaterra, sempre se pensa na introdução das máquinas têxteis e no enorme salto de produtividade que isso acarretou, mas poucas vezes se menciona a rede de canais de distribuição que permitiu carregar o algodão, o carvão e os produtos por todo o país, passando de um rio a outro e dali para o mar. Essa foi a internet daquele período. Já a revolução tecnológica seguinte, a da máquina a vapor, no século XIX, levou à criação de ferrovias, do telégrafo e do sistema de correio padronizado. Nos anos 1920, começou a substituição dos trens, das carruagens a cavalo e dos vapores pelo automóvel e pelo avião, que necessitavam de uma vasta rede de estradas e aeroportos. Essas novas tecnologias, assim como o rádio, foram objeto de intensa especulação e também contribuíram para o colapso de 1929. As redes de distribuição da primeira Revolução Industrial, as ferrovias do século XIX e as estradas do início do século XX são exemplos de redes de infraestrutura que só se conseguiu construir porque havia grandes investidores dispostos a gastar seu dinheiro em algo que demorou muito para dar lucros operacionais. São investimentos baseados no tudo ou nada: ou há uma cobertura quase completa ou não se obtêm as vantagens prometidas. A disposição ao risco é alimentada pelo entusiasmo que as novas tecnologias despertam e pela expectativa de conseguir gordos lucros. Sempre há algum Bill Gates que se tornou milionário para dar o exemplo. Quando chega o colapso, muita gente perde grandes somas de dinheiro, mas a infraestrutura fica para todos. Portanto, em essência, a grande bolha e seu colapso são uma forma brutal de conseguir o investimento necessário para instalar o novo e destruir o velho. É o que ocorre com a atual revolução, baseada na tecnologia da informação. Ela embute um enorme potencial de criação de riqueza. Se as forças políticas e econômicas entenderem esse processo e estabelecerem as condições sociais adequadas, o que virá em seguida beneficiará a todos.

A senhora pode dar um exemplo?
No ciclo tecnológico anterior, que estabeleceu a produção em massa, a criação do estado de bem-estar social nos países desenvolvidos elevou o salário dos trabalhadores a um nível tal que lhes permitiu ter um lar confortável, cheio de eletrodomésticos, e um carro na porta. Isso, somado à construção em massa de casas a baixo custo, aos bancos de crédito ao consumidor e ao seguro-desemprego, possibilitou décadas de mercados dinâmicos e crescentes que beneficiaram tanto o mundo dos negócios quanto a população como um todo. Um enriquecimento semelhante pode parecer impossível agora, mas as coisas sempre parecem inviáveis quando se está a meio caminho entre uma fase e outra de uma revolução tecnológica.

Que países se sairão melhor da crise atual, os emergentes ou os ricos?
Os anos de bolha financeira permitiram intensificar a globalização, e a alta dos preços das matérias-primas deu fôlego a muitos países emergentes. Há o risco de a contração da demanda golpear mais duramente os países exportadores, mas os ganhos dos últimos anos permitiram a eles colocar-se em uma posição melhor para enfrentar os reveses. Nos países desenvolvidos, porém, a profundidade da tragédia financeira pode ser um fardo demasiado grande para a economia real e, portanto, para a população. Tudo vai depender, como disse, do desenho de políticas adequadas, assim como da determinação política para pôr na linha o mundo financeiro.

O que a América Latina pode fazer para aproveitar melhor a nova fase de ouro da economia que a senhora prenuncia?
Para aproveitar a próxima etapa, é preciso encontrar um espaço tecnológico próprio. A Ásia, em geral, transformou-se na grande linha de montagem do planeta. Esse continente, com mão de obra abundante e recursos naturais escassos, tem vantagens insuperáveis no setor manufatureiro, que cobre de produtos eletrônicos a têxteis. A América Latina, por sua vez, é um subcontinente muito rico em recursos naturais e com pequena densidade populacional. As indústrias de processamento, da agroindústria à metalurgia e química, são um espaço de especialização e inovação repleto de oportunidades.

Não é um papel menor?
Os recursos naturais, em um mundo globalizado, jamais serão baratos. Ainda que seus preços caiam com a recessão, os limites da oferta sempre serão uma barreira contra prejuízos. Além disso, o mundo das commodities já não se limita às matérias-primas tradicionais. Basta entrar em um supermercado moderno para verificar como a combinação de recursos naturais com tecnologia o ampliou. Ao mesmo tempo, podemos esperar que o processo de globalização, que hoje favorece a Ásia, sofra uma inversão à medida que o custo das matérias-primas e da energia suba. Gradualmente, o gasto com transporte de matérias-primas até aquele continente, e depois dos produtos lá fabricados até os mercados consumidores dos Estados Unidos e da Europa, se tornará relevante em comparação com o custo da mão de obra. Não é improvável, ainda, que o mundo imponha impostos à emissão de gás carbônico – o que encarecerá a produção asiática. Tudo isso vai redesenhar o processo de globalização. Com a estratégia correta, os países latino-americanos podem complementar-se, aproveitando a disponibilidade de recursos de cada um. As nações do subcontinente deveriam, assim, adotar uma estratégia conjunta para aproveitar suas características específicas. A especialização em ciências da vida e de materiais nos colocaria em posição vantajosa para a próxima revolução tecnológica, baseada em biotecnologia, bioeletrônica e nanotecnologia. O Brasil tem ótimas condições para assumir a liderança desse processo.

Por quê?
O tamanho da economia e o potencial do mercado interno, a diversificação da indústria, a capacidade tecnológica e o fato de muitas empresas brasileiras terem vocação global fazem com que o país se destaque no conjunto latino-americano. O Brasil reúne todas as condições necessárias para ter êxito em muitas frentes. Para aproveitar todo esse potencial, o país precisa ainda ampliar suas já extraordinárias conquistas obtidas nos setores de petróleo, química, metalurgia, agropecuária e biotecnologia.